Arte preta tipo exportação 2019
acrílica sobre juta
Esse é um trabalho sobre um lance que aprendi com a Jota Mombaça que é a hipervisualização do corpo negro como objeto enquanto é invisibilizado como sujeito. Como que é muito conveniente para esses porra ganhar dinheiro a nossas custas. A gente vira produto vendido pelas mesmas pessoas brancas de sempre mas quando o papo é a gente como pessoa, agentes pensantes e políticas que fomentem isso já não é interessante.
Num país montado em cima das costas e do sangue preto e indígena, nunca deixamos de ser produto. Eles vendem as nossas pautas igual vendiam café a base do nosso trabalho, que era o único preto que eles gostavam.
Essas marca usando hashtag, esses museu postando tela preta depois de ignorar uma porrada de casos de racismo muita vezes institucionais, galeria postando trabalho de brancão contra o racismo e tudo mais.
A gente só tem nome quando se auto-organiza e fortalece porque se deixar esses porra, a gente vai ser sempre 'artista negro tipo exportação'. Não quero saber de tu falando axé pra mim não caralho, quero dinheiro.