O couro come 2022
acrílica sobre couro
Fotografia: Daniel Mansur
‘O couro come’ apresenta elementos que, seja como cicatriz, seja como tatuagem, alimentaram meu couro, minha pele, meu lugar e até minha voz.
Figuras que, em sua própria existência, carregam uma história de resistência e que, apesar das feridas que sofreram, puderam marcar seu lugar na história e, principalmente, seu lugar em histórias que estão sendo ou ainda serão contadas.
Como a minha própria.
E minha história é falar daquilo que nos constrói todos os dias.
É falar daquilo que nós construímos todos os dias.
É falar de nós.
Nossa fé, nosso espelho, nosso chão, nossa voz e nossa mordida são marcas que a cada vez que são afirmadas ganham corpo, ganham vida.
Se hoje faço esse trabalho como uma ode aos caminhos que foram cruzados antes de mim, para que eu e muitos outros pudéssemos cruzar nossos próprios caminhos é por entender que é tudo nosso.
Tudo faz parte de nós.
Seja cicatriz, seja tatuagem, nossa pele se fortalece, nosso corpo se alimenta, nosso couro come.