O penhor dessa igualdade 2022
curadoria: Raquel Barreto
Centro Cultural São Paulo CCSP - São Paulo, SP
Fotografias: Humberto Catta Preta
No hino nacional, o trecho 'Se o penhor dessa igualdade...' celebra a garantia de uma suposta harmonia e união, mesmo que o custo disso seja a morte. Mas, segundo o artista, o que é garantido através de uma ilusão de igualdade, é um estado de constante brutalidade, distâncias e apagamentos.
O projeto O PENHOR DESSA IGUALDADE consiste em pinturas sobre 11 pilhas de pneus, representando um time de futebol enfileirado junto de sua bandeira. A bandeira, feita com câmaras de pneus, ostenta um sol que em suas costas revela uma ferida que sangra.
Por trás, cada jogador carrega um número, não apenas o de sua camisa, mas um número que reduz em estatística mais um corpo.
A pilha de pneus remete ao 'micro-ondas', forma tradicional de execução dos poderes paralelos do Rio de Janeiro, que é mais uma das tantas consequências brutais de um legado de violências assola a cidade.
A postura que o pneu força aos jogadores a manter não só os os prende e condena, mas também, ao colocá-los todos lado a lado, os transforma em barricada e levantando da dor um sopro de resistência.