No Rio de Janeiro, os tiros de traçante cortam o céu, o moto-táxi corta as ruas, os moleques cortam as pipas e o Estado corta os laços.

 

Nessa primeira exposição longe de casa, trabalho a partir de alguns dos pilares de nossa formação como povo.

 

A religiosidade, a herança histórica, a construção social, a violência e a resistência são essenciais para entendermos o chão que firmamos o pé, porque quem pisou antes de nós é quem nos possibilita pisar por quem vem depois da gente.

 

E é a partir da intervenção sobre fotos encontradas na internet que procuro restituir o destaque à essas figuras e presenças através de traços que, ao contrário das rajadas de traçantes*, carregam vida. 

 

Afinal, entre conflitos, insurgências e resistências nós já somos campeões sem rosto todos os dias.

 

É tudo nosso.